6.2. Plano de aula I - Tema: Evolução#

Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas

Disciplina: EDU 182 Construção do Conhecimento Escolar e Ensino de Evolução

Grupo 1: Bruno, Roberta, Rosa, Luís e Laila.

Professora: Claudia Sepulveda


Contexto#

A aula será ministrada para a turma do 3°A do ensino médio no turno matutino, em um colégio público da rede estadual localizado no centro da cidade de Feira de Santana-BA. A turma possui 35 alunos matriculados, com idades entre 16 e 19 anos, porém apenas 28 destes frequentam as aulas.

Esta aula terá cerca de 1 hora e 20 minutos de duração, ela é a última de um conjunto de 3 aulas do tema “Evolução” que está dentro do terceiro ciclo do ano letivo. Já foram abordados anteriormente os assuntos “Teorias evolucionistas” e “A evolução humana”.

Tema#

Evolução

Assunto#

As controvérsias entre os modelos homem caçador e mulher coletora para origem humana na primatologia das décadas de 1970 e 1980.

Introdução#

Primatologia é o ramo da ciência que estuda os primatas, e que trouxe diversas contribuições para o entendimento da evolução da espécie humana. Em meados da década de 1970 a meados de 1980 foram marcada por controvérsias acompanhadas pelo desenvolvimentos da paleoantropologia na qual a hipótese da “mulher coletora” questionou a tese do “homem caçador”. Desde a década de 1960 primatólogos como Sherwood Washburn defendiam a hipótese de que a caça explicava como símios quadrúpedes evoluíram para bípedes articulados fabricantes de ferramentas com cérebros significativamente maiores. Essa hipótese do “homem caçador” tem suas bases no modelo do babuíno dominador, trazendo o foco apenas para os machos dando a impressão de que os homens “evoluíram pela caça enquanto mulheres sedentárias seguiam, de perto, coletando e dando à luz. Dando ao homem um papel ativo no qual agressivamente teria impulsionado a evolução, (o que Darwin chamou de “transmissão igual de caracteres”) permitindo que características selecionadas para machos fossem transmitidas para fêmeas. Em 1970 essa hipótese foi contestada com o desenvolvimento da teoria da evolução humana da “mulher coletora” pelas antropólogas Sally (Linton) Slocum, Nancy Tanner e Adrienne Zihlman, que argumentavam que era a procura de forragem entre as plantas selvagens por parte das mulheres, e não a caça masculina, que fornecia a fonte básica de subsistência para os primeiros humanos, colocando assim as mulheres com participantes ativas da evolução humana. A nova hipótese também contestava a noção de que as primeiras sociedades humanas eram monogâmicas e rígidas divisões de trabalho com as mulheres subordinadas aos homens. Em contraste, a hipótese da coleta sugeria que as mulheres, também, escolhiam ativamente seus parceiros e que as sociedades hominídeas eram construídas em torno de papéis sexuais flexíveis com atividades provavelmente variando com a idade e estágio reprodutivo de machos e fêmeas, ao invés de estritamente por sexo. Para além foi questionado o conceito de “ferramenta” no qual a observações do papel ativo das mulheres como coletoras e caçadoras de pequenas presas, enfatizou que as varetas de madeira e sacos de pele usados para coleta não teriam sido preservados no registro arqueológico. A contribuições das antropólogas no período de 70 teve grande importância para o entendimento da evolução da espécie humana, revisando o papel da mulher no processo, onde mostrasse ativo e de suma importância na reconstrução da história da evolutiva do Homo sapiens, e trazendo elementos para reflexões para contesta o papel da mulher no presente.

Conteúdo:#

  • Abordagem epistemológica, a construção do conhecimento científico

  • Contribuição feminina na evolução da espécie humana

  • Teorias evolucionistas “O homem caçador”, “A mulher coletora”

  • Como estudos primatológicos podem contribuir na desconstrução de concepções sexistas.

Objetivos#

Transmitir de forma clara e explicativa debates acerca da origem evolutiva dos seres humanos. Abordando conceitos originados principalmente por Darwin, como a ideia do homem caçador e da mulher coletora trazendo ainda uma correlação desse assunto com a estrutura social que observamos e estudamos nos dias atuais. O intuito desse assunto é também comparar informações científicas obtidas nos séculos passados e com isso fazer o questionamento de como esses estudos apesar de serem de uma realidade completamente diferente da que vivemos atualmente, ainda tem uma grande influência no nosso dia-dia. Dentro disso será abordado a importância da mulher para a evolução humana, e como conceitos evolucionistas sexistas interferem nos dias atuais.

Metodologia#

A aula será ministrada a partir da explicação dos conteúdos pelos docentes, com a exposição sobre o conceito do tema (As controvérsias entre os modelos homem caçador e mulher coletora para origem humana na primatologia das décadas de 1970 e 1980) a partir de slideshow, ressaltando os conceitos de evolução e destacando o contexto social no qual foi desenvolvida a pesquisa analisada para que as controvérsias acerca do estudo sejam pontuadas, sendo esta a primeira etapa da aula. Também serão levantadas questões para saber se os discentes têm algum tipo conhecimento prévio sobre os processos de evolução e a primatologia, servindo como uma sondagem que irá indicar ao docente com qual ritmo prosseguir a aula e qual é a quantidade de informações aprendidas pelos alunos anteriormente, seja em classe ou por outros meios. Após a aplicação da primeira parte, a segunda etapa será uma roda de conversa, com a abertura do diálogo sobre o tema feito pelos professores. Utilizando tirinhas e charges (presentes na prancha 1) que criticam como é tido o papel da mulher na sociedade para iniciar a discussão, os docentes irão relembrar aos alunos o que foi ensinado na primeira parte com a ajuda deles mesmos, para que o conteúdo crítico das figuras seja visto.

Materiais#

Piloto, Quadro, Apagador, Retro projetor, Imagens

Avaliação#

A avaliação proposta para aula será dada em três momentos, a primeira na forma de um teste de sondagem para avaliar o conhecimento dos alunos sobre evolução humana, e a influência dos papéis de gêneros binário construídos ao longo da história. O segundo momento será realizado uma roda de conversa, depois do conteúdo ministrado, e com a ajuda de alguns mediadores didáticos (como charges) para iniciar o debate, a intenção é fazer com que os alunos sintam-se a vontade para coletivizar suas posições a partir do que foi passado na sala de aula, relacionando com elementos da realidade dos mesmos e gerando um discussão para refletir a relação de gênero na evolução humana e na construção da ciência. Tanto a primeira como a segunda etapa não contém valor quantitativo. A terceira atividade será passada para casa, a proposta da confecção de uma pequena redação de no mínimo 15 linha para expor a posição deles de forma crítica sobre os “Teorias evolucionistas e o papel das mulheres na evolução humana”, a partir do conteúdo e de discussões feitas em aula ministrada como também em pesquisas feitas por eles, com o prazo de entrega para a próxima aula e contendo o peso de 1 ponto na unidade.

Prancha 1#

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Fig. 6.1 Imagem 1#


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Fig. 6.2 Imagem 2#


Versão em PDF#

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