4.10. Episódio de ensino 17 – Encontro 6#
“Classe é principal?”
Professora: E aí/dentro dessa perspectiva ((das principais opressões em nossa sociedade e suas hierarquizações)) /nós temos aqui matrizes/né/de espaços de poder/e essas matrizes de espaço de poder têm sido de uma maneira geral interpretada para nós/colônias/como um resultado do colonialismo/então pessoas como XXXX vai dizer/o preto/o preto é uma invenção do branco/e é uma invenção do branco como resultado do processo de colonização europeia/então por exemplo/a categoria raça ela é constructo social e não uma identidade biológica.
Estudante A: É/é porque/eu tenho um pouco de divergência nesse sentido/é/como eu me aproximo mais da linha marxista/é/não é exatamente o que a gente acha que classe se sobrepõe a raça/é mais no sentido de que/por exemplo/essa forma de opressão que é a raça/que é constituída muito antes do modelo capitalista né/o racismo e o machismo também/mas/é/hoje/por exemplo/é/pro capital ele se sustenta inclusive dessas formas de opressão/do racismo/do machismo/da LGBTQfobia/porque por exemplo/quem hoje tá nos postos de trabalho/que estão/são mais precarizados/ mais explorados/e que são importantes pra manutenção dessa sociedade do jeito que ela tá/sabe/e tipo/é mais uma contextualização nesse sentido assim/tipo/é/não é mais uma sobreposição mas como essas coisas hoje dentro do movimento que a gente tá são estruturadas.
Professora: Uma sobreposição talvez no sentido de que ela teve uma importância por que é ela que mantem isso?
Estudante A: No sentido/não sei se é/é eu acho que é como a gente faz a linha da análise do processo/tipo […]
Professora: Não/eu entendi/pra analisar esses processos de opressão a coisa principal é olhar pra exploração capitalista dos grupos/corpos/e nisso eu concordo assim/bem/nessa descrição do XXXX ele vai dizer isso assim/o branco/o negro é uma criação do branco no processo de colonização/no processo capitalista de exploração de corpos/alguns corpos/alguma força de trabalho/foi escolhida pra ser explorada/e aí a/o corpo e a (+) força de trabalho que foi escolhida pra ser explorada historicamente são os negros/e aí/vai aí/((faz gesto de que as coisas andam)) são as mulheres/um certo tipo de exploração das mulheres vem da exploração de homens né/então por exemplo/do ponto de vista de ser explorado/não sei/((comenta que não é marxista, não estuda o marxismo e que vai “chutar” ao fazer uma análise marxista))/ é/as mulheres são exploradas pelo patriarcalismo né/quer dizer/elas trabalham para os homens/do ponto de vista da criação dos filhos/doméstico/então/um tipo de exploração distinta do homem /um tipo de exploração que depois vai se refazer com o tempo/né/no mercado de trabalho/no sistema burguês/então/nesse sentido eu entendo/então/as relações de poder é isso/são corpos que são forças de trabalho/tecnologias/enfim/mentes/que são escolhidas para serem exploradas/no processo de exploração capitalista/e para manter essa exploração então/aí não sei se é para ou isso gerou ou enfim/o que nós temos é uma dinâmica (+) de construção de outros distintos/certo? /e isso gera esses processos de opressão que a gente tem na sociedade/e a ideia de educação antiopressão é/combater essas dinâmicas de opressão (+) aí eu pergunto a vocês/pra finalizar a aula/((inaudível)) qual é papel da biologia na educação antiopressão? /por que falar de educação antiopressão num curso de licenciatura em biologia? /se nós temos aqui/que esses processos de opressão operam com essa construção de estranhos em relação a norma/e o que nós discutimos aqui/por exemplo/sobre o pensamento darwinista/qual é o papel da biologia nisso tudo/faz sentido professores de biologia participarem de um projeto de educação antiopressão? /de que modo ele pode participar desse projeto de educação antiopressão?